Contato Imediato

o irracional da razão

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Wiplash

Recentemente assisti Wiplash: Em busca da perfeição. Sei, eu sei, que tenho que melhorar quanto minhas expectativas, não somente para filmes como para a vida. Mas apesar de ter esperado mais, não se tem muita coisa a dizer a não ser que o filme é incrível. Na hora que terminei, tinha que assistir outro em seguida, por isso não mastiguei bem o filme. Apenas o engoli. Não tão rápido quanto achei, algo ficou entalado.
A questão é que, em Wiplash, tem um careca (JK Simmons) que me persegue. Tive um careca desses mil vezes presentes na minha vida. Uma atitude do mestre do Jazz Terence Fletcher (interpretado pelo careca) lembrava o movimento de um ex/atual professor, chefe, parente. Pessoas sem as quais eu seria bem mais desleixada. Um grito por errar uma vírgula, por não varrer a casa, ou um "aceite isso não é pra você", são coisas que não esquecemos tão facilmente.
Não me vejo especial, então todo mundo deve ter passado por alguma experiência assim, se não com um careca, talvez com um cabeludo, senhor distante, parente próximo. No filme, o garoto não conseguia abrir mão de um sonho a ponto dele se transformar numa obsessão, enquanto o mestre consegue ver o potencial que a raiva, o mal-estar e a impossibilidade pode fomentar no jovem. É perturbador ver o quanto a evolução e o desequilíbrio podem caminhar juntos.
Três dias depois de ter assistido o filme percebi que criar expectativa não foi algo que aprendi com os meus educadores carecas.

sábado, 22 de agosto de 2015

De cabeça para baixo ou de pernas para o ar

Na vida passamos por algumas situações efêmeras, mas transformadoras. Quando a vida nos coloca de cabeça pra baixo é interessante que nos deixemos pendurados, de pés para cima.
Ensinaram tudo errado com aquele papo de saber onde estamos pisando. Até porque não dá para saber onde estamos pisando nos momentos que tudo está ao contrário. É natural se desesperar e tentar descer para ficar novamente em terra firme, mas não aprendemos novos caminhos com os pés no chão. É importante que uma hora ou outra algo aconteça para que nós fiquemos de cabeça para baixo.
Pegando carona naquela frase "a boa é apreciar a viagem", a boa mesmo é perceber o mundo de outro jeito. É reinventar as visões precárias, acostumadas aos mesmos lugares. A boa é não querer sair rápido demais da nova situação que procuramos ou nos foi imposta. Por medo de não nos adaptarmos a ela. Permanecer parado também é uma forma de seguir em frente.
Ficar de pernas para o ar faz com que o mundo se veja na condição de passar pela gente. O que antes era caminhada, agora é espera. Para manter-se de pernas para o ar é necessário uma dose de autocontrole, disciplina e paciência. Perceber que quando se acostuma com uma forma de encarar as coisas elas mudam novamente. Caso tenha labirintite e fique tudo de cabeça para baixo o mais indicado é procurar um médico.